O encontro, que acontece a partir das 9h, em frente ao Cine-Theatro Central, permitirá que o público conheça de perto as obras de diversos artistas, que estarão trabalhando no local. Além de técnicas de pintura variadas, haverá espaço para o graffiti e a cerâmica. A agitação cultural também ficará por conta da apresentação de performances.
Embora pintores de outras cidades da região tenham confirmado presença, a Confraria das Artes não tem uma estimativa do número de participantes. “Como o encontro é aberto, não podemos saber quantas pessoas estarão presentes. As expectativas são boas, mas não é algo pretensioso, porque esse é o nosso primeiro evento”, diz o assessor da entidade, Mauro Morais.
Aproximação com o público“Nossa intenção é aproximar o público de Juiz de Fora da arte e, com isso, fazer com que o debate sobre o tema aumente”, sintetiza a artista plástica Ana Emília. Com experiência no desenho e na pintura, ela se dedica ao graffiti há dois anos. A proposta de Ana para o encontro é criar um painel coletivo com outros grafiteiros da cidade. “Não sei quantas pessoas vão aparecer, mas convidei todo mundo que conhecia”, conta.
“O público nem sempre tem tempo de entrar em uma galeria. Por isso, essa é uma oportunidade de as pessoas conhecerem o trabalho que é realizado na cidade”, complementa o artista plástico Leonardo Paiva, integrante da confraria. Ao que parece, a espontaneidade será um dos trunfos dos artistas. Segundo o pintor, a produção será pautada pela perspectiva de cada participante diante da movimentação no calçadão, a exemplo do que faziam os pintores da virada do século XIX para o XX. “Pintar ao ar livre era uma tradição dos impressionistas. Eles chegavam aos locais e faziam o registro artístico daquele momento”, explica Paiva.
Organizada para fomentar a discussão sobre a arte e os rumos desse mercado na cidade, a confraria não conta com presidente ou diretor. Por esse motivo, o grupo foi o primeiro a se cadastrar no International Plein Air Painters (IPAP) como coletivo e não como pessoa física, conforme acontece habitualmente. “Com essa opção, tentamos evitar conflitos de relacionamento entre os integrantes e garantir mais abertura. Assim, as pessoas têm acesso à entidade de um modo mais fácil”, explica Mauro Morais. De acordo com ele, o encontro ao ar livre é coerente com a proposta da confraria, que, atualmente, reúne cerca de 30 artistas. “A meta é sair para a rua e levar nosso discurso, apresentar nosso potencial”, define.
ENCONTRO DE PINTURA AO AR LIVRE
No Calçadão, o pintor Leonardo Paiva reproduziu, com traços e cores vigorosos, a arquitetura e a alma do Cine-Theatro Central. Entre uma pincelada e outra, explicou que a proposta é aproximar o público do artista e retirar o artista do isolamento dos ateliês. Ele conta que a pintura ao ar livre era uma tradição entre os impressionistas. “Agora, na era da internet, que nos leva a passar horas entre quatro paredes, estamos convidando as pessoas a ficarem ao ar livre para criar, tomar sol e conviver.” Circulando entre latas de spray, tubos de tinta, pincéis e trabalhos expostos, Nina Oliveira tocava flauta, enquanto tinha o corpo pintado pelas amigas Fernanda de Toledo e Ana Emília.
A cena surpreendeu o vendedor Licério Alberto, 44 anos. “Não estou entendendo muito bem, mas estou gostando. É arte, não é? Muito bonito”. Natural da Alemanha e ainda sem domínio da língua portuguesa, Elizabeth Janik, 24, acompanhou a movimentação. “Ótima idéia. Tem gente de todo o tipo aqui, ricos e pobres.” As peças produzidas ontem devem fazer parte de uma mostra, ainda sem data e local agendados.
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