segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Novo espaço novo


Os flashes como arte: Fotógrafa Nina Mello inaugura espaço inovador na cidade dedicado à fotografia

Flashes e mais flashes guardam todos os momentos do cotidiano. A câmera, que antes era artigo de luxo, tornou-se acessório indispensável do dia-a-dia. Os tempos mudaram. E quando falamos em fotografias, essa tese é comprovadamente correta, porque com as fotografias, o conceito de arte, na atualidade, também sofreu uma reformulada. Hoje as fotos invadem galerias e ganham status de arte mundo afora.
E engana-se quem pensa que a nobre atividade de fotografar perdeu seu espaço técnico com as avalanches de registros que encontramos diariamente. Locais dedicados, especificamente, à arte estão surgindo em todo o mundo, e no Brasil também. O Instituto Moreira Salles, por exemplo, é um dos maiores incentivadores da fotografia no país, além de manter um acervo invejado, que conta com mais de 600 mil imagens.

Os trabalhos são tão bem avaliados atualmente, que um dos fotógrafos brasileiros mais famosos, Miguel Rio Branco, apresenta produções que variam de R$ 5 mil a R$ 150 mil, de acordo com a Bolsa de Arte do Rio de Janeiro.

Juiz de Fora não poderia ficar de fora dessa onda. Inaugurado em 22 de Outubro, o Espaço Experimental Nina Mello chegou para, definitivamente, inserir a fotografia no mercado de arte local, incentivando novos artistas e servindo como ponto de encontro para os apreciadores. "A gente tem que tratar as fotografias da forma que elas merecem. Estou colocando-a no lugar de arte que ela também ocupa", destaca a fotógrafa que completa esse ano 20 anos de carreira.

O espaço conta com um laboratório e com um salão multifuncional, com exposições e cursos. Atualmente estão expostas 17 fotografias de Nina Mello, que contam um pouco de sua trajetória, além de homenagear espaços da cidade e locais com certa importância afetiva para Juiz de Fora (como Búzios e o Rio de Janeiro).
O olhar de Nina e o olhar do outro
Conhecida pelo uso do P&B, Nina iniciou sua carreira no fotojornalismo, trablhando em importantes publicações locais. Após realizar cursos com profissionais de destaque no cenário nacional, ela começou a exercitar o "descondicionamento do olhar" (método teorizado pelo fotógrafo e referência para a artista, Cláudio Feijó) , o que a capacitou a produzir uma obra extremamente autoral e cheia de identidade. "Mesmo sem ter o humano, as fotos da Nina têm uma presença de humanidade", declara o produtor cultural Cristiano Rodrigues, que junto com Valéria Jucá, realizaram a curadoria da mostra.
"Meu trabalho não é uma coisa concreta. Eu dependo do olhar do outro", emociona-se Nina, justificando a abertura de um espaço dedicado à sua arte. Cuidadosa em todos os estágios de seu trabalho, a fotógrafa realizou as impressões em São Paulo, com papel especial, semelhante à tela de pintura, o que corrobora ainda mais para a classificação atual das fotografias.
Dessa forma, num brinde à arte de fotografar, Juiz de Fora é presenteada, em concordância com as novas concepções artísticas e com os tantos artistas que despontam por trás das onipresentes lentes.
O Espaço Experimental Nina Mello funciona de segunda a sexta, das 14h às 18h, ou diante de agendamento pelo telefone (32) 8864.4698
Mauro Morais

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